Quase todos sabem que os termos direita e esquerda vêm da Revolução sa. Durante as sessões da Assembleia Nacional, os deputados que apoiavam o rei e a monarquia tradicional sentavam-se à direita do presidente da assembleia, enquanto os que apoiavam a revolução e mudanças radicais sentavam-se à esquerda. Os termos esquerda e direita, concebidos dessa forma, dão uma impressão de simetria e equilíbrio, de dois polos equidistantes e equivalentes, iguais em peso e representatividade. Isso leva muitos a concluírem que o equilíbrio está no meio, no centro equidistante dos “extremos”.

E aí começa um enorme problema. Os nomes “esquerda” e “direita” não refletem adequadamente a constituição das ideias que formam cada uma dessas posições. Qualquer um que, munido de um mínimo de conhecimento sobre o mundo e a história, se debruce sobre essa questão inevitavelmente descobre que esquerda e direita não são dois pontos moralmente equivalentes e ideologicamente equidistantes, no meio dos quais se pode encontrar um oásis de convivência, tolerância e amor.

Acreditar que a melhor posição é o “centro” é como achar uma boa ideia beber uma mistura de meio copo de água limpa com meio copo de esgoto.

O pensamento de esquerda é formado por um conjunto de fraudes intelectuais e equívocos morais sustentados por propaganda e violência – trata-se de um chorume ideológico chamado, de acordo com o momento, de marxismo, comunismo, socialismo ou progressismo. Não há nenhuma diferença relevante entre todos esses termos; trata-se apenas de uma questão de embalagem. A essa lista devem também ser acrescentados o fascismo e o nazismo, ideologias socialistas, totalitárias e coletivistas (esse artigo tem uma discussão completa sobre o tema, lembrando que o nome completo do partido nazista era partido socialista nacional dos trabalhadores alemães).

A ideologia esquerdista – uma mistura de analfabetismo econômico e pregação revolucionária – tem sempre um caráter doutrinário, radical e violento, sem exceção. Seu ídolo máximo é um alemão ressentido, fracassado e imoral que, depois de gastar a herança da esposa, jogou a família na miséria e foi sustentado por um amigo rico (Engels). O guru esquerdista teve um filho com sua empregada, que abandonou. Duas de suas filhas cometeram suicídio.

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Diferente da esquerda, o que se pode chamar, hoje, de direita, está longe de ser uma escola de pensamento monolítica, guiada por preceitos inflexíveis ou por um projeto obsessivo de poder. Debaixo do guarda-chuva da direita estão visões do mundo tão díspares quanto as de conservadores, liberais, libertários e até de anarcocapitalistas. O que caracteriza o pensamento moderno de direita é primeiro a ênfase na liberdade, principalmente liberdade de qualquer tirania política, e depois a crença na economia de livre mercado como o único mecanismo capaz de produzir riqueza, prosperidade e paz (para citar um trecho do histórico discurso de Javier Milei em Davos).

O ideário do que se chama de “direita” não é baseado em orientações doutrinárias proferidas por grandes líderes iluminados, a serem implantadas a ferro, fogo e paredón. As ideias defendidas por conservadores e liberais são aquelas que estão na base da civilização ocidental, e que permitiram ao Ocidente alcançar níveis de progresso, prosperidade e conhecimento inéditos na história.

As ideias da direita são as ideias que funcionam. As ideias da esquerda são aquelas que resultaram em pobreza e destruição e nos maiores massacres da história. Acreditar que é possível encontrar um meio termo entre essas duas visões – acreditar que a melhor posição é o “centro” – é como achar uma boa ideia beber uma mistura de meio copo de água limpa com meio copo de esgoto.