Difícil e desafiador talvez. Impossível? Não, nem um pouco. Não faltam novas tecnologias e foco na inovação para nos guiar a melhores caminhos: indústria 4.0, inteligência artificial, big data e internet das coisas são alguns exemplos.

Temos tudo o que precisamos. Mas precisamos sobretudo de pessoas à frente deste novo paradigma, capazes de transformar as relações e os processos econômicos, contribuindo para um mundo socialmente justo e equitativo, atendendo às necessidades humanas sem deixar de lado a preservação do capital natural e da biodiversidade.

Neste ano, o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no último dia 5 de junho, foi o combate à poluição do ar. Com dados realmente alarmantes como o de que 9 a cada 10 pessoas no mundo respiram ar poluído, causando 7 milhões de mortes anualmente, fica evidente que estamos no caminho errado.

A agenda climática é importantíssima, crucial e urgente. Apesar de alarmante, sabemos que reduzir as emissões de carbono não será suficiente para cumprir o Acordo de Paris. Mais do que migrar para uma economia de baixo carbono, teremos que lançar mão de ferramentas sofisticadíssimas para a captura do carbono em excesso na atmosfera. Ou, podemos utilizar a melhor de todas as nossas “ferramentas”: as florestas.

Assim, a agenda do clima também pode ser encarada como uma encruzilhada que trará inúmeras oportunidades de desenvolvimento do território, fortalecendo ações de conservação e ampliando a recuperação de áreas degradadas via plantios florestais.

Portanto, é preciso olhar para o todo, ou seja, o imenso portfólio de serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas naturais e plantadas proporcionam, tais como a manutenção da biodiversidade e do capital natural, a água preservada, o ar puro e adequação do clima para atender às vidas no Planeta.

A biodiversidade de espécies animais e vegetais protagoniza um papel fundamental no equilíbrio sutil do meio ambiente e da sustentabilidade de todos os serviços da floresta. Quando modificamos um destes fatores, por menor que seja, alteramos todo o equilíbrio, desencadeando consequências inimagináveis.

Não alcançaremos êxito em nossa sociedade sem o respeito ao meio ambiente e à perpetuidade dos seus recursos.

Acredito no diálogo e na colaboração inter e multisetorial, pois é preciso compatibilizar todas as atividades desenvolvidas no território, as produtivas e as conservacionistas. Juntas. Porque não haverá desenvolvimento sem o equilíbrio entre todos os interesses, que apesar de parecerem opostos, são os mesmos. Só estão vestidos de vieses ideológicos e de falta de visão sistêmica, pois todos queremos o desenvolvimento e o crescimento econômico. Todos queremos entregar às futuras gerações um mundo e um planeta melhor.

Vamos juntos?

*Artigo escrito por Mariana Schuchovski, doutora em Engenharia Florestal, Professora de Sustentabilidade no ISAE/FGV e fundadora da Verde Floresta | Sustentabilidade, Meio Ambiente e Florestas. O ISAE/FGV é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável.

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