A sequência inicial do sonho dentro do sonho diz tudo: temos o aos dilemas de um homem esperando pela luz da redenção: o que é o seu amor por Jean Gray senão essa expectativa? Nunca temos o à consciência e aos dilemas do Super-Homem, nem quando ele ama ou quando tem de tomar a mais dura decisão moral. E as cenas dos “bares”: Tanto em um quanto no outro filme há algo relacionado a esse tipo de contexto. No caso do Homem de Aço, esperamos de Clark que ele revide a humilhação sofrida ali, face a face com seus desafetos. Mas a sua virtude da temperança sobre-humana chega a ser irritante. Já em Logan a temperança cede à instauração da justiça pela vingança. x1z
A imortalidade extraterrestre de Kal-El torna-se humanamente tão distante perto da maldição de imortalidade que atormenta Wolverine. Logan não é um deus. Super-Homem é. Não obstante sua mutação genética, Logan é um homem cuja consciência testemunhou os piores horrores produzidos pela humanidade. Essa relação homem e besta aproxima-o de todos os homens, enquanto o Clark Kent explorado pelos filmes de Snyder, no máximo, sofreu bullying na escola e descobriu que a mãe do Batman também chama Marta (mas isso eu deixo para outro dia).
No caso do Super-Homem, o tormento da sua consciência limita-se ao nível de ser um deus salvador ou um bom menino altruísta. Até o principal vilão do filme de Wolverine, nesse sentido, torna-se – se a minha comparação for legítima – mais interessante: a sede humana por imortalidade derivada de uma alma corrompida pela sede de poder. Entre os dois heróis, eu fico com o lado de cá; somos muito mais próximos de um bicho atormentado pelo senso de justiça e pelo fracasso de suas decisões e limites do que por um semideus muitas vezes mal explorado pelo cinema.
Um Feliz ano novo para vocês!