Esse conjunto de forças é como uma ampla assembleia nacional em que poderes e interesses se digladiam, debatem, se somam, se misturam e convivem, resultando no que chamamos de democracia. Quando há freios e contrapesos, como pensou Montesquieu, há equilíbrio. Quando não há, existe a imposição de vontade, de arbítrio, e não da lei e do interesse médio comum ou da maioria. Aí, não é democracia. Sobretudo quando a vontade de poucos se sobrepõe à Constituição e atinge direitos básicos – aí é sinal de que o sistema já se desequilibrou, sem freios e sem contrapesos.
Quando a voz das ruas se perde na indiferença; quando a voz da mídia se cala; quando a voz dos legisladores se acovarda; quando há apenas uma voz; então é preciso pensar o que se quer para esta e futuras gerações de brasileiros que esquecem da importância vital de uma Constituição; fingem não saber que o Estado existe para servir a nação, e não para tolher-lhe as liberdades e garantias de direito e justiça. E, acima dos indiferentes, devem responder perante a nação aqueles que juraram manter, cumprir e defender a Constituição.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos