infância

Crescer dói!

Adriano Justino
16/05/2013 03:28
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Elas são chamadas de dores do crescimento, mas não se referem nem à fase de maior crescimento proporcional do indivíduo – no primeiro ano de idade – nem à fase de estirão – que em meninas vai dos 12 aos 14 anos e nos meninos vai dos 14 aos 16. As dores de infância, como melhor define o ortopedista pediátrico Edilson Forlin, têm seu pico entre os 3 e 6 anos.
O quadro típico são dores imprecisas nos membros inferiores – principalmente entre joelho e tornozelo –, que aparecem no fim do dia ou durante a noite. "Ela ocorre com frequência variável, não é contínua, e após um tempo – de meia hora a uma hora – a, seja naturalmente, com massagem e compressas ou com analgésicos simples", diz Forlin, que é professor da Universidade Federal do Paraná e membro da Sociedade Paranaense de Pediatria. As dores podem aparecer de duas vezes por semana a uma vez a cada 15 dias.
Esses episódios assustam os pais, pois algumas vezes a criança acorda com a dor, mas ado algum tempo volta a correr e a pular normalmente. Forlin alerta que as dores de infância não são incapacitantes, por este motivo é bom ficar de olho e não atribuir toda e qualquer dor a isso. "Se houver dificuldades para fazer atividades, aumento de volume (inchaço), se a criança ficar mancando ou se houver uma dor localizada e persistente, é preciso ir ao médico", diz.
Fatores
As causas das dores ainda não são claras, mas acredita-se que estejam associadas a atividades físicas, em geral atingindo crianças mais ativas. "Há estudos que defendem que elas são dores ósseas, que atingem cartilagens de crescimento e que os impactos seriam os responsáveis por atividades inflamatórias momentâneas", diz ele. Por provavelmente estar ligado a atividades físicas, são os meninos que mais chegam aos consultórios com queixas de dores de infância. "Por eles realizarem atividades de mais impacto, esta poderia ser uma explicação", diz.
Com as causas não são claras, o componente emocional também pode ter influência no aparecimento das dores. "A criança pode exacerbar os sintomas em busca de atenção, nada que resulte em problemas psicológicos, mas ela, ao reclamar, pode ganhar uma atenção extra, abraços, massagens, uma palavra de carinho."
3 aos 6 anos é a faixa etária em que ocorre o pico das dores da infância, caracterizadas por dores imprecisas entre o joelho e o tornozelo e que surgem de duas vezes por semana a uma vez a cada 15 dias.