Naquele ano, foram 363 manifestações, contra 134 do primeiro ano do terceiro mandato de Lula. O número atual chega a ser inferior a 2020, ano de início da pandemia, quando 138 atos dessa natureza foram registrados em Brasília. Os números foram contabilizados por da Lei de o à Informação (LAI).
Segundo Cappelli, as medidas destinadas para a segurança na data serão voltadas "mais para monitorar eventuais movimentações atípicas relacionadas a atos que atentem contra os poderes". "O Brasil é um país livre e democrático, manifestações são bem-vindas e próprias da democracia", declarou.
Na análise de Antônio Flávio Testa, a tendência é de que não haja nenhum movimento significativo na data e que as medidas configurem desperdício de tempo e dinheiro. “As medidas [de segurança] serão preventivas e, provavelmente, terão caráter simbólico, já que não haverá público”.
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As falhas na segurança foram um dos pontos mais debatidos após o 8 de janeiro de 2022, principalmente pela oposição ao governo, que afirmou ter havido omissão de parte das forças de segurança para conter os atos depredatórios. Há registros de que efetivos da Força Nacional estavam presentes na esplanada e não foram acionados. Ao todo, foram presas 2.151 pessoas suspeitas no dia dos protestos e no dia seguinte, 9 de janeiro, no acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.
Até agora, o STF condenou 30 pessoas pelos atos ocorridos no início do ano ado, com penas que variam de três a 17 anos de prisão. Anderson Torres, que era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na ocasião dos atos, foi afastado do cargo e teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Por outro lado, além de não ceder os registros de suas câmeras de segurança contendo imagens daquele dia, sob a alegação de que teriam sido perdidas por falhas no contrato, o Ministério da Justiça, de Flávio Dino, ainda se negou a fornecer informações sobre o 8 de janeiro. Em 2023, o órgão recebeu o prêmio “Cadeado de Ouro” por ser a instância pública que mais negou pedidos via Lei de o à Informação (LAI). Conforme apontado pelo da Controladoria-Geral da União (CGU), 16,6% dos pedidos feitos ao MJSP via LAI foram negados.