Jordy foi alvo de mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, no gabinete parlamentar e na casa dele. O deputado foi acordado às 6h pelos agentes da PF, que teriam recolhido uma arma, R$ 1 mil e equipamentos. 44213w

Dallagnol expressou preocupação com a execução da operação contra um parlamentar que lidera a bancada da oposição e que faz questionamentos à condução dos trabalhos do STF relativos aos atos de 2023 em Brasília.

De acordo com o ex-procurador, as buscas realizadas contra Jordy são um “mecanismo artificial” para justificar a competência do STF no caso dos réus que não possuem foro privilegiado. Ele destacou críticas anteriores à Corte e questionou a temporalidade das medidas.

“Moraes chegou a dar a fraca e infantil justificativa de que ‘quem decide se é competência do STF é o próprio STF’. Mais de um ano depois dos fatos, vêm essas buscas”, apontou em uma longa publicação nas redes sociais (veja na íntegra).

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Deltan Dallagnol ainda questionou as supostas acusações contra Jordy, de que teria participado de grupos em um aplicativo de mensagens que tratavam dos atos. Para ele, se o deputado apoiou os protestos sem envolvimento em crimes, “seu comportamento é legítimo”.

“Se participou de grupos de WhatsApp em que outras pessoas se envolveram com ilícitos, sem ter se engajado em nada criminoso, também não há crime por parte dele. O que importa é o que fez e sua intenção. Há provas efetivas de crimes ou há meros pretextos”, questionou.

Outro ponto levantado pelo ex-procurador é a gravidade da medida, realizada contra o líder da oposição na Câmara e crítico do STF. Dallagnol questiona se Moraes, que se declara como alvo do 8 de janeiro, mantém isenção para decidir nesse caso e se há provas consistentes para justificar a medida contra um dos principais adversários da Corte e do governo.

O ex-procurador enfatizou que, apesar das denúncias e condenações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023, nenhuma autoridade com foro privilegiado foi implicada até o momento. Ele destacou, ainda, as violações aos direitos constitucionais dos réus e aponta para a falta de respostas do ministro Alexandre de Moraes, ressaltando que enquanto essas questões persistem, abusos que representam verdadeiros riscos à democracia continuam a crescer.

Ao longo das investigações dos atos que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 1.413 pessoas, sendo 1.156 apontados como incitadores e 248 executores. Destes, 30 já foram condenados pelo STF e 29 seguem em julgamento. Pelo menos 8 autoridades já foram identificadas por omissão imprópria, segundo o órgão.