O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Leur Lomanto Júnior (União-BA), informou no último dia 27 que o colegiado ainda não recebeu qualquer representação questionando a conduta de Quaquá. Para que parlamentares sejam julgados pelo colegiado, é necessário que um partido apresente uma representação por quebra de decoro parlamentar. Após a aprovação no conselho, o caso segue para o plenário da Casa, onde as punições podem variar de censura à cassação do mandato.

A expectativa era que o Republicanos, partido do deputado agredido, acionasse o conselho por medidas sobre a agressão física ocorrida dentro do Congresso, situação evidentemente grave. No entanto, analistas veem dificuldades para o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), tomar essa decisão, uma vez que pretende concorrer ao comando da Câmara em fevereiro de 2025 com o apoio do PT, em oposição ao candidato a ser lançado por Lira.

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PT ainda quer punir deputados que xingaram Lula em plenário

O líder do PT, deputado Zeca Dirceu (PR), tem defendido a representação ao Conselho de Ética da Câmara contra os deputados que insultaram Lula em plenário. Já os líderes do Centrão sugerem suspensão do mandato de Quaquá, considerando o tapa insuficiente para a cassação, mas enfatizando a necessidade de punição “intermediária” para evitar futuros incidentes.

A figura do deputado petista, que também foi ex-prefeito de Maricá (RJ), é controversa até mesmo dentro de seu próprio partido. Ele causou constrangimento no começo do ano ado ao defender a continuidade da ex-ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), no cargo. Em fevereiro, provocou polêmica ao postar foto ao lado do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro (PL), com manifestações simpáticas.

De acordo com dados do site da Câmara, Quaquá foi um dos deputados mais ausentes do plenário em 2023, com 20 faltas não justificadas, ficando em segundo lugar, atrás apenas de Antônia Lúcia (Republicanos-CE) e à frente de Olival Marques (MDB-PA). O petista justificou as ausências com trabalhos fora do plenário e articulações políticas.

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