Tudo indica que, com o andar da carruagem, o presidente Bolsonaro precisará, de um jeito ou de outro, buscar uma aproximação junto ao Congresso para que suas propostas sejam aprovadas nos plenários da Câmara e do Senado. y1i62
A estreia internacional de Jair Bolsonaro como presidente da República aconteceu no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, no fim de janeiro, onde discursou por seis minutos.
Em março, Bolsonaro foi aos EUA, onde se encontrou com o colega norte-americano Donald Trump. Eles discutiram o apoio americano para a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Bolsonaro assinou um decreto dispensando a exigência de vistos para turistas do EUA, Austrália, Canadá e Japão. Na sequência, o presidente esteve no Chile onde anunciou a formação de um novo bloco, o Prosul. Por último, esteve em Israel onde obteve apoio para ingressar na OCDE e assinou acordos bilaterais.
Caso Queiroz
As polêmicas e as crises acompanharam o governo Bolsonaro nesses três meses. Começou com o caso Fabrício Queiroz, antes mesmo da posse, em que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras suspeitas na conta de um ex-assessor do então deputado estadual (hoje senador) Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O Ministério Público do Rio descobriu ainda depósitos suspeitos de R$ 100 mil na conta de Flávio e de R$ 20 mil na conta da primeira dama Michele Bolsonaro. As investigações correm sob sigilo.
Laranjal do PSL e a queda de Bebianno e Vélez
Uma investigação do jornal "Folha de S.Paulo" apontou supostas candidaturas laranjas do PSL nas eleições de 2018 em Pernambuco e Minas Gerais, com intuito de desviar dinheiro público. O caso resultou na primeira baixa significativa do governo.
O ministro Gustavo Bebianno, secretário-geral da Presidência, foi demitido. Bebianno era o presidente nacional do PSL no ano ado e braço direito de Bolsonaro. O ministro agonizou no cargo por alguns dias, com direito a vazamento de áudios de WhatsApp enviado pelo próprio presidente. A Polícia Federal e a Justiça Eleitoral investigam as denúncias.
Nesta segunda-feira (8), outro ministro caiu: Ricardo Vélez Rodríguez, da Educação. Nesse caso, a demissão ocorreu porque Vélez não demonstrou capacidade de gestão. Havia um consenso de que a pasta estava paralisada, além de ter sido palco de uma disputa interna de poder entre militares e "olavistas" (alunos do ideólogo Olavo de Carvalho).
Executivo X Legislativo
Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, protagonizaram uma queda de braço pública em março, com troca de farpas. O deputado se queixou da falta de articulação do governo para aprovar a reforma da Previdência no Congresso.
Golpe de 1964
No meio da crise com o Congresso, o presidente determinou que o Ministério da Defesa “rememorasse” os 55 anos do golpe militar de 1964, além de negar a existência da ditadura militar mais de uma vez. As declarações do presidente pegaram mal até entre apoiadores do governo.
Nazismo
Em visita ao Museu do Holocausto, em Israel, Bolsonaro, afirmou que “nazismo é de esquerda”, contrariando pesquisadores e historiadores de diversos países, incluindo da Alemanha. Até o museu israelense afirmou que o nazismo é uma prática da extrema direita.