A ideia não é nova: há alguns anos se fala da necessidade de reforçar o Paraná como destino, e explorar a tal identidade regional de que muita gente ainda desdenha e diz não existir. Mas, dessa vez, há otimismo no ar.
O turismo ganhou status de prioridade no estado. Tanto a iniciativa privada quanto o governo têm agido juntos para ampliar a divulgação, a infraestrutura e a capacitação para a atividade no Paraná. O objetivo é mostrar que mesmo aquele pequeno município que parece longe de tudo e esquecido por Deus tem seus recantos e riquezas inexploradas – e que elas podem ser uma alternativa de renda e emprego para muita gente, em especial em tempos de economia bicuda.
“É um emprego barato, que exige pouco investimento se comparado a outros setores e promove desenvolvimento socioeconômico, ambiental e sustentável”, diz Antonio Azevedo, presidente da Abav-PR (Associação Brasileira das Agências de Viagem no Paraná). O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que elegeu o tema como prioridade, pretende transformar até a Ilha das Cobras, antiga casa de veraneio do governador no litoral do estado, em escola de culinária e hotelaria para a região. Ele gosta de citar um estudo que mostra que a criação de um emprego no turismo custa em média 1 mil dólares, contra 4 mil dólares na indústria.
Em meio a uma economia cuja recuperação ainda patina, o mercado é animador: o turismo cresceu 7% no Brasil em 2017, e a expectativa é que continue aquecido pelos próximos anos. O brasileiro tem viajado mais, e alguns dos principais destinos do país já sofrem com gargalos de infraestrutura e hotelaria.
“Há uma saturação muito grande de outros destinos do país, e cada vez mais gente viajando. Isso favorece o surgimento de novos destinos. Então, há demanda”, comenta João Jacob Mehl, presidente da Paraná Turismo, órgão do governo estadual. “E olha o quanto de diversidade temos no Paraná e que não foi aproveitado.”
Hoje, o Paraná é o terceiro principal destino entre os estados brasileiros – principalmente por causa das Cataratas do Iguaçu, patrimônio mundial da humanidade, e de Curitiba e sua vocação para o turismo de eventos. A ideia do governo é ampliar as rotas turísticas nesse miolo, usando Foz e Curitiba como polos indutores e bases de chegada. A meta é aumentar a permanência média do turista em 30%.
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“A economia do futuro é o turismo”, afirma Marcelo Franco, membro do conselho diretor do CCVB (Curitiba e Região Convention & Visitors Bureau). “É uma indústria de energia limpa, que tem uma cadeia gigante de fornecedores e gera um impacto positivo na economia.”
Mas não é preciso investimento milionário para gerar riqueza com o turismo. Cenários naturais ou tipicamente locais podem ser um atrativo por si só, como afirma a coordenadora de turismo do Sebrae/PR, Patrícia Albanez. “Temos a principal área de Mata Atlântica conservada do país; um litoral com destinos únicos, de natureza; um turismo rural riquíssimo”, comenta.
O Paraná possui 14 regiões turísticas mapeadas, cada uma com seus atrativos e peculiaridades. Tem roteiro para todo gosto: ecoturismo, eios de aventura, destinos religiosos, circuitos rurais, atrações históricas e roteiros gastronômicos. Vai fazer uma viagem a negócios ao Paraná? Está visitando um parente? De leste a oeste, veja o que se pode conhecer no Paraná: