Foram muitos anos de relações azedas, que culminaram com uma disputa judicial. A verdade é que Ferroeste e Rumo nunca tiveram uma convivência harmônica, embora não fossem exatamente concorrentes e estivessem numa rota de continuidade. Para buscar cargas no Oeste, a Rumo precisava ar pelos trilhos da empresa estatal. Da mesma forma, para transportar os vagões até o porto de Paranaguá, a Ferroeste depende da linha férrea istrada pela iniciativa privada. O nome disse é direito de agem e está previsto em contrato. 5y1b1a
Depois de muitos anos de divergências, uma decisão judicial recente deixou claro que a Rumo não pode complicar a operação da Ferroeste. Segundo André Luiz Gonçalves, diretor-presidente da estatal, foi um desafio encontrar equilíbrio entre empresa pública e privada. Mas era uma questão de estabelecer uma boa relação. “Os dois lados não estavam preparados para trabalhar juntos”, reconhece o vice-presidente da operação sul da Rumo, Daniel Rockenbach.
Vencido o debate jurídico, as duas empresas aram a se ajudar. E os resultados já começaram a aparecer. Foi firmado um Contrato de Operações Específicas (COE). Além do direito de agem e da agilidade na troca de equipamentos, a Rumo alugou maquinário para a Ferroeste. Locomotivas com mais poder de tração agora estão sendo usadas pela estatal, que sofre com ativos velhos e em quantidade insuficiente. Com isso, o volume de cargas transportadas pelas duas empresas aumentou consideravelmente em 2019. No caso da Ferroeste, está 42% maior.
Quando se trata do setor ferroviário, as quantidades são sempre acompanhadas de muitos zeros. A começar pela movimentação de cargas, na casa dos milhões de toneladas. Mas a Rumo está disposta a levar os números do setor a um outro patamar. O vice-presidente da Operação Sul, Daniel Rockenbach, afirma que a empresa investiu R$ 2 bilhões nos últimos dois anos e garante ter apetite para mais R$ 6 bilhões em cinco anos.
O montante vai depender de uma série de negociações. A Rumo trabalha para renovar antecipadamente as quatro concessões que tem no Brasil. Os contratos vencem entre 2026 e 2028 e a empresa pretende convencer o governo federal que vale a pena prolongar o acordo por mais 30 anos, mediante o compromisso de realizar investimentos consistentes. A conversa está mais avançada com relação à malha paulista e só depois deve entrar em jogo a negociação sobre a porção sul.