O contrato de concessão do Afonso Pena prevê a construção de uma terceira pista, com 3 mil metros de comprimento, o que viabilizaria os voos internacionais. O concessionário tem 60 meses para entregar a nova pista a partir da do contrato. Considerando que o contrato deve ser assinado nos próximos meses, a nova pista deverá ser entregue até 2027. 4m642i
Mas, a pista maior por si só não é garantia para os voos internacionais. “É o pulo do gato, mas não é o que vai virar essa chave”, pontua o professor. Ele explica que há outros fatores envolvidos. “Custa caro viabilizar uma rota internacional”, informa Gomes.
Um estudo feito pela empresa espanhola Aena estimou em 100 milhões de euros anuais o investimento necessário para se manter a rota Madri-Dubai. “Algumas rotas previstas para o Afonso Pena, como Curitiba-Miami e Curitiba-Lisboa devem ter um custo parecido”, acredita o professor. “Para se viabilizar tamanho investimento é preciso que os voos de longas distâncias partam com, pelo menos, 80% de sua capacidade ocupada”, considera.
O professor cita ainda a necessidade de políticas públicas do governo estadual, como a redução do ICMS do combustível, aliadas à política de descontos praticada pelo operador aeroportuário como fatores fundamentais para atrair os voos internacionais para o Afonso Pena. “A atuação conjunta entre o estado e o gestor aeroportuário será fundamental”, observa.
O mercado espera ansioso a viabilização dos voos internacionais diretos partindo do Afonso Pena, tanto para o transporte de ageiros como de carga. “Nosso aeroporto já é um dos melhores do país, mas precisamos ter voos diretos para as capitais europeias e as principais cidades dos Estados Unidos, oferecendo mais conforto aos nossos clientes”, diz Geraldo Zaidan Rocha, vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).
Para as empresas, os voos internacionais diretos vão garantir menor custo e mais agilidade no transporte de cargas. A cooperativa Copacol, com sede em Cafelândia, no Oeste do Paraná, há um ano começou a exportar tilápia congelada. Pela falta de voos internacionais no Paraná, optou por uma logística que envolve transporte por rodovia até Guarulhos (SP), seguindo em voo para Miami.
O gerente de desenvolvimento cooperativo da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) , Flávio Turra, acredita que no futuro o agronegócio poderá se beneficiar dos aeroportos internacionais de carga, especialmente para o transporte de produtos perecíveis, como frutas.
Para o setor industrial, o transporte aéreo vai atender especialmente a importação de cargas de alto valor agregado, em geral itens de baixo peso e volume, apropriados para o transporte em avião. Segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), são principalmente peças e componentes eletroeletrônicos e matéria-prima para indústria química e farmacêutica.
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