Belinati, em uma transmissão ao vivo feita no último domingo em suas redes sociais, chamou a atenção para o fato de oito pacientes terem sido intubados em apenas uma Unidade de Pronto Atendimento de Londrina, a UPA Sabará. O local deveria atender apenas casos leves da doença e encaminhar os pacientes em estado grave para hospitais de referência. Mas com o aumento no número de casos na cidade e a falta de vagas, a UPA ou a ser local de internação também para aqueles com sintomas graves da Covid-19, mesmo que em poltronas e macas nos corredores.
“Só na UPA, não estou contando os hospitais, foram oito pessoas intubadas. Nós temos 54 pacientes internados na UPA esperando leitos de hospitais. E eu não estou nem falando dos pacientes da região e de outros hospitais que estão todos lotados, com 100% de ocupação”, alertou o prefeito.
Segundo os dados do Covid de Londrina, apenas um dos 146 leitos de UTI Covid estava desocupado na tarde desta terça-feira (15). Ampliar o número de vagas de UTI na cidade é uma opção que foi descartada pelo prefeito, pois segundo Belinati não haveria profissionais da saúde disponíveis para operar esses leitos.
Os números se somam a outros recordes atingido pela cidade na pandemia. O número de casos ativos, mais de 1,2 mil pessoas com potencial de transmissão da doença, nunca esteve tão grande. O chamado índice Rt, que ajuda a estimar se a pandemia está em aceleração, chegou a 1,17 em Londrina – o que indica a possibilidade de um grupo de 100 pessoas infectadas transmitir a doença para outras 117. Aproximadamente metade dos testes de Covid têm dado positivo em Londrina. A chamada taxa de positividade atingiu a marca de 45%.
O Covid de Londrina mostra também que a cidade está com uma média de casos maior do que os índices nacional e estadual: o município tem uma média de 110.076 casos confirmados para cada milhão de habitantes, contra 82,8 mil casos/milhão no Brasil e 100,2 mil casos/milhão no Paraná. A maioria dos casos foi confirmada entre pessoas com idades entre 20 e 39 anos, faixa etária ainda sem previsão de receber as doses da vacina contra a Covid no município.
Mesmo com tantos indicadores preocupantes, Belinati voltou a descartar a adoção de medidas mais restritivas, como o fechamento do comércio na cidade. “Não dá para chegar a esse extremo. As pessoas precisam trabalhar, o pai precisa levar o pão para o filho comer, precisa pagar o aluguel. Precisa pagar a conta de água, precisa pagar a conta de luz, precisa comprar no mercado. Não tem mais o que fazer, gente”, disse o prefeito.