Por todos esses fatores, Lamastra Junior destaca que é preciso desenhar, com calma e estratégia, o projeto de privatização da Compagas. “Nem é aconselhável neste momento”, defende, em função das alterações no mercado. Ele também acredita que outros estados, mais endividados, devem se desfazer de seus ativos na área de gás de forma mais apressada. Por tudo isso, projeta que a venda da Compagas pode ser efetivada no fim do ano que vem.
A partir de 1988, a distribuição de gás ficou sob a responsabilidade dos estados. Como isso, foram criadas 27 distribuidoras – muitas delas já aram para a iniciativa privada, como em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em outros estados, como no Paraná, o controle continuou estatal, embora com participação privada. Em muitas dessas distribuidoras, a Petrobras é acionista – como também acontece aqui, por meio da Gaspetro (subsidiária voltada para a área de gás).
Atualmente, a Compagas conta com mais de 45 mil clientes dos segmentos residencial, comercial, industrial, veicular e geração de energia elétrica e está presente em 17 municípios: Araucária, Curitiba, Campo Largo, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Colombo, Quatro Barras, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Campina Grande do Sul, Paranaguá, Londrina, Carambeí, Castro e Arapoti.
A Gazeta do Povo publicou recentemente uma reportagem explicando como a decisão de acabar com o monopólio da Petrobras no gás natural vai afetar a Compagas. Para entender os desdobramentos, confira aqui. Contudo, resumidamente, é possível afirmar que o setor de gás natural será substancialmente modificado, com a perspectiva de mais concorrência, previsão de diminuição do preço praticado e de mais clientes interessados em usar o produto.