Por fim, não satisfeito em pedir que o mundo conceda a Maduro uma “presunção de inocência” que ele não merece, Lula ainda se achou na posição de mandar uma advertência não ao ditador que sufoca seu povo, mas à oposição que busca o retorno da democracia à Venezuela. O petista quer que os adversários de Maduro não adotem “o hábito de negar o processo eleitoral, nem a lisura do processo, ou de rejeitar as autoridades eleitorais” e que “se o candidato da oposição [venezuelana] tiver o mesmo comportamento do nosso candidato aqui [Jair Bolsonaro], nada vale”. Ou seja, ainda que possa haver uma oposição real disputando a eleição, e não apenas a oposição permitida por Maduro, Lula quer que ela e calada todas as arbitrariedades que os órgãos chavistas porventura lhe impem para prejudicá-la. q2i33
Para o ditador carniceiro, Lula pede a presunção de inocência, a confiança em uma capacidade de jogar limpo. Para a oposição que sofre com o repetido arbítrio, Lula só tem a oferecer sarcasmo e advertências típicas de quem já dá como certa a má intenção. Cúmplice de ditadores mundo afora, o petista novamente revela seu desprezo pela democracia ao abraçar Nicolás Maduro e dar seu aval a uma farsa, um teatro destinado a manter os venezuelanos subjugados a um “socialismo do século 21” que nada deve aos totalitarismos do século 20 e levas sua vítimas a padrões de vida dignos do século 19.