A infraestrutura empresarial é basicamente privada, enquanto a infraestrutura social também foi atribuída ao setor estatal, pois a opção histórica do Brasil foi estatizar a saúde, a educação, a previdência e a assistência social. Nesse particular também houve atraso no desempenho do governo, tanto que a educação e a saúde só não entraram em colapso em razão da forte presença do setor privado nos dois setores. Por ser um dado altamente relevante na compreensão do atraso da infraestrutura física e da social, vale mencionar que o setor estatal consolidado – municípios, estados e União – retirou da sociedade 35% do PIB em 2018, na forma de tributos efetivamente arrecadados, e gastou em investimentos apenas 2,5% do PIB. Mesmo assim, esse investimento não foi feito com dinheiro de arrecadação, mas com dívida, pois o total investido pelo setor público é praticamente igual ao valor do déficit fiscal consolidado.
Há outras causas responsáveis pelo baixo crescimento brasileiro, mas basta o problema do capital físico para entender que o país não tem fôlego para crescer anos seguidos a taxas superiores a 4% ao ano. De qualquer forma, uma vez conhecidas as causas que levam ao crescimento econômico e ao desenvolvimento social, resta compreender onde o Brasil vem errando década após década, a ponto de tornar-se uma decepção pela incapacidade de trilhar o caminho do crescimento que outras nações já trilharam, principalmente porque é um país com extenso território, terras férteis, abundância de água doce, riquezas naturais, enorme biodiversidade e sem obstáculos culturais para crescer.