Outros itens do PL 591, no entanto, repetem problemas dos “jabutis” inseridos na privatização da Eletrobrás, como as excessivas concessões ao corporativismo. É o caso da proibição de demissões sem justa causa nos primeiros 18 meses após a privatização – o máximo que os novos donos pelos Correios poderão fazer é lançar um programa de demissão voluntária com uma janela de seis meses para adesão, logo após a venda. Em outras palavras, quem arrematar a estatal ará um ano e meio sem poder fazer a restruturação e a otimização que julgar necessária, ficando dependente da iniciativa dos funcionários que desejem se desligar. Mesmo com essa previsão de estabilidade, já há ameaças de greve no ar, o que só reforça a necessidade de fazer dos Correios uma empresa que sirva mais à população que ao poder sindical. 4i6k68
Ainda que as inserções feitas pelo Congresso não prejudiquem o projeto nas mesmas dimensões dos “jabutis” da Eletrobrás, ele ainda pode ser melhorado, e a agem do PL 591 pelo Senado é a chance de depurar o texto desse tipo de reverência ao corporativismo. A melhor solução é aquela que concilia a manutenção da capilaridade, o incentivo ao aumento da qualidade do serviço e a liberdade dos novos proprietários para gerir a empresa como julgarem melhor, respeitadas as necessidades da população a quem o serviço postal se dirige.