Vou contar uma história. Na revista Veja de 3 de agosto de 2016, a querida atriz Joana Foom faz um depoimento dramático. Aos 76 anos, ela estava desempregada, sem dinheiro, sem patrimônio e, como ela disse, almoçando e jantando empréstimo bancário. Fiquei sensibilizado, pois Joana não é uma atriz qualquer. Ela era estrela de primeira grandeza no teatro, no cinema e na Rede Globo, sempre amada e aplaudida.

O que aconteceu com Joana? Ela é apenas mais um entre os milhões que chegam à velhice sem emprego, sem renda, sem ativos e com aposentadoria ínfima. Nessa faixa de idade, muitos não têm energia ou saúde para trabalhar, e o mercado não lhes é amigável. Sem educação financeira, sem dar importância ao assunto dinheiro e istrando mal as finanças pessoais, a velhice pode ser um calvário.

Medida no 2. Saber que outras crises virão. Prever crises e se planejar não é ser pessimista. É ser realista. A lenda bíblica de Noé é instrutiva. Ele salvou a si e sua família após o dilúvio porque acreditou na advertência divina e construiu uma arca. Seus críticos lhe diziam que ele estava louco, pois viviam no deserto, onde jamais poderia haver um dilúvio capaz de fazer a Terra sumir sob as águas. Noé se salvou, com sua família e alguns animais, por seu pessimismo... ou ele foi apenas previdente?

Medida no 3. É fundamental estudar e continuar estudando. Mas não é qualquer estudo. Há pessoas que não cuidam de sua educação financeira, não aprendem a gerir as finanças pessoais, não refletem sobre a postura de vida diante do dinheiro, mas estão estudando Mandarim, o idioma chinês, só porque virou moda. Tempo e dinheiro são recursos escassos, logo é preciso fazer escolhas. O que é mais importante para você?

Medida no 4. Aumentar sua inteligência financeira e desenvolver a habilidade para manejar dinheiro. Você não precisa tirar o foco de sua profissão, mas deve saber que é útil conhecer o mundo do dinheiro, aprender a ler números financeiros e conhecer a ciência de poupar e investir, além de analisar seus hábitos de gastos e consumo. Educação financeira começa com o estudo sobre a maneira como ganhamos, como gastamos e como conservamos dinheiro.

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Ao ler este texto, você pode dizer: mas aqui não há nada novo nem difícil. É verdade. Os grandes princípios não são novos nem são difíceis; são simples. Porém, ser simples não é ser fácil. Confúcio disse que “a simplicidade é o último degrau da sabedoria”, ou seja, não se consegue fazer o simples sob a ignorância. Pelo contrário, a simplicidade exige sabedoria.

José Pio Martins, economista, reitor da Universidade Positivo.

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