— União Soviética: 20 milhões (muitos estudiosos acreditam que o número seja consideravelmente maior). 5c565r

— China: 65 milhões.

Esses números são bastante tímidos. Só na Ucrânia, por exemplo, o regime soviético e o Partido Comunista Ucraniano ajudaram a matar de fome entre 5 e 6 milhões de pessoas em dois anos. É quase inconcebível que apenas 14 milhões de outros cidadãos soviéticos tenham sido assassinados.

E, claro, esses números não descrevem o sofrimento enfrentado por centenas de milhões de pessoas que não foram assassinadas: as sistemáticas violações à liberdade de expressão e religiosa, de abrirem uma empresa e até de viajarem sem permissão do partido; a ausência de imprensa e judiciário não-comunistas; a pobreza de quase todos os países comunistas; a prisão e tortura de povos inteiros; e, claro, o trauma sofrido por centenas de milhões de amigos e parentes dos assassinados e presos.

Esses números não contam a história de muitos ucranianos famintos que comeram a carne de outras pessoas, geralmente crianças, e às vezes seus próprios filhos; ou dos cristãos romenos cujos carcereiros os obrigavam a comer fezes a fim de que eles renunciassem à sua fé; ou dos milhões que morreram de frio no sistema de prisões conhecido como gulags; ou da prática rotineira dos comunistas vietnamitas de enterrar os camponeses vivos para aterrorizar os outros e convencê-los a apoiarem o comunismo; ou a tortura, a mando de Mao Tsé-tung, para punir oponentes e intimidar os camponeses, como obrigar homens a andarem pelas ruas com pedaços de ferro enferrujados nos testículos ou queimar a vagina das mulheres dos oponentes — técnicas de Mao para aterrorizar os camponeses e levá-los a apoiarem o Partido Comunista chinês em seus primórdios.

Fontes dos fatos citados:

— Ucrânia: Anne Applebaum, “A Fome Vermelha”.

— Romênia: Eugen Magirescu, “The Devil’s Mill: Memories of Pitesti Prison” [O moinho do demônio: memórias da prisão Pitesti], citado em “Manual Politicamente Incorreto do Comunismo”, de Paul Kengor.

— Vietnã: Max Hastings, “Vietnam: An Epic Tragedy, 1945-1975” [Vietnã: uma tragédia épica]

— China: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao: a História Desconhecida”.

Mas volto ao tema da negação da maldade.

As pessoas associam a maldade às trevas. Mas isso não é preciso: é fácil enxergar na escuridão; mais difícil é encarar a luz. Portanto, era de se esperar que o mal fosse associado ao brilho intenso, já que as pessoas raramente encaram a maldade de verdade.

E os que não confrontam o mal geralmente inventam maldades (como o “racismo sistêmico”, a “masculinidade tóxica” e a “heteronormatividade” do século XXI) que são mais fáceis de serem confrontadas. Se você não odeia o comunismo, não se importa e muito menos ama as pessoas.

Dennis Prager é colunista do The Daily Signal, radialista e criador da PragerU.

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