O sistema vertical reduz os gastos dos produtores com ração e diminui os riscos sanitários, já que as etapas de criação não ficam concentradas no mesmo espaço. | Fotos: Jonathan Campos
/Gazeta do PovoO sistema vertical reduz os gastos dos produtores com ração e diminui os riscos sanitários, já que as etapas de criação não ficam concentradas no mesmo espaço. (Foto: Fotos: Jonathan Campos /Gazeta do Povo)

Segundo maior produtor de suínos do Brasil, com 713,6 mil toneladas em 2015, o Rio Grande Sul aposta cada vez mais na verticalização da produção para diminuir os custos e aumentar o volume de animais. Segundo o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, dos mais de 8 mil suinocultores do estado, pelo menos 6 mil trabalham com o chamado sistema vertical, em que os produtores são responsáveis por apenas uma ou duas etapas da criação: maternidade, creche, recria e terminação. Segundo Folador, atualmente, 90% dos produtores gaúchos são integrados ou cooperados.

Em 2015, o Rio Grande do Sul foi o segundo maior produtor (713,6 mil toneladas) e exportador nacional de suínos (183,7 mil toneladas). | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Em 2015, o Rio Grande do Sul foi o segundo maior produtor (713,6 mil toneladas) e exportador nacional de suínos (183,7 mil toneladas).

Atualmente existem 8 mil produtores de suínos no Rio Grande do Sul, 90% deles cooperados ou integrados. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Atualmente existem 8 mil produtores de suínos no Rio Grande do Sul, 90% deles cooperados ou integrados.

Na região de Encantado, no Rio Grande Sul, cooperativa tem 40% da matéria-prima fornecida por condomínios de suinocultores. Na foto, Clóvis Pinsetta e Ademir Cussioli, sócios do condomínio Pedro Canton, em Anta Gorda. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Na região de Encantado, no Rio Grande Sul, cooperativa tem 40% da matéria-prima fornecida por condomínios de suinocultores. Na foto, Clóvis Pinsetta e Ademir Cussioli, sócios do condomínio Pedro Canton, em Anta Gorda.

Copa, salame, mortadela, carré, bacon e torresmo são alguns dos mais de 60 produtos fabricados pela Majestade, em Sananduva, no Rio Grande do Sul. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Copa, salame, mortadela, carré, bacon e torresmo são alguns dos mais de 60 produtos fabricados pela Majestade, em Sananduva, no Rio Grande do Sul.

Criada em 1935, na terra do churrasco, a Majestade é sinônimo de qualidade quando se trata de produtos suínos industrializados. Em Curitiba, a marca é encontrada em mais de 30 pontos de venda. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Criada em 1935, na terra do churrasco, a Majestade é sinônimo de qualidade quando se trata de produtos suínos industrializados. Em Curitiba, a marca é encontrada em mais de 30 pontos de venda.

Em Rondinha, a Granja Gobbi, é uma empresa familiar que comercializa 6 mil animais por semana (2,5 mil de produção própria e o restante de granjas parceiras). | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Em Rondinha, a Granja Gobbi, é uma empresa familiar que comercializa 6 mil animais por semana (2,5 mil de produção própria e o restante de granjas parceiras).

Rogério e Nelson Gobbi, pai e filho, trabalham na mesma empresa. Suinocultura que corre nas veias. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Rogério e Nelson Gobbi, pai e filho, trabalham na mesma empresa. Suinocultura que corre nas veias.

Assentados da Cooptar, no município de Pontão, produzem carne suína para escolas municipais e estaduais da região. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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Assentados da Cooptar, no município de Pontão, produzem carne suína para escolas municipais e estaduais da região.

A Expedição Suinocultura fez 2,2 mil quilômetros no Rio Grande do Sul. Na próxima etapa, vamos rodar Minas Gerais. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

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A Expedição Suinocultura fez 2,2 mil quilômetros no Rio Grande do Sul. Na próxima etapa, vamos rodar Minas Gerais.

Diferentemente do ciclo completo, aquele em que todas as etapas de criação são feitas dentro do mesmo espaço, a verticalização permite que os produtores menores, que não teriam dinheiro suficiente para manter uma estrutura muito grande, possam estar envolvidos com a atividade. O sistema também reduz o gasto com ração e diminui os riscos sanitários. “O futuro da suinocultura será a verticalização. As integradoras hoje trabalham quase que 100% desta maneira. As cooperativas também estão indo pelo mesmo caminho”, afirma Folador.

Alguns independentes, inclusive, trabalham de maneira semelhante. De acordo com dados da Acsurs, a maioria dos produtores independentes do Rio Grande Sul trabalha como um ‘mini-integrador’, em que além da produção própria, comercializa a produção de parceiros para frigoríficos específicos. “A única diferença é que eles negociam o preço do quilo semana por semana, mas funcionam como integradoras”, explica o presidente da Acsurs.

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Um exemplo é a Granja Gobbi, localizada em Rondinha, uma pequena cidade no Noroeste do estado. Tocada pelos irmãos Mauro, Alexandre e Rogério Gobbi, a empresa comercializa 6 mil animais por semana, 2,5 mil de produção própria e o restante de granjas parceiras. “O nosso sistema de parceria garante preços melhores tanto na hora de comprar insumos, como ração e remédios, como na hora de vender os produtos”, diz Rogério Gobbi. A empresa tem 13 Unidades Produtoras de Leitões (UPLs), onde os animais são gerados. De lá, eles são distribuídos para produtores parceiros.

Para Valdecir Folador, o setor terá cada vez menos suinocultores, mas os índices de produtividade serão muito maiores. “O futuro da atividade está se desenhando aos poucos. O mercado produtor será cada vez mais concentrado. Aos poucos, os pequenos estão desaparecendo. Mas isso não significa menos produtividade, as escalas estão aumentando, mesmo com menos produtores. Os ganhos estão mais apertados, mas o volume aumentou”, acredita.

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